Floresta Laurissilva

 

A floresta Laurissilva da ilha da Madeira, constitui na actualidade o remanescente de um coberto florestal primitivo que resistiu a cinco séculos de humanização. Segundo narrativas contemporâneas da descoberta da Madeira (1420), toda a ilha era coberta de extenso e denso arvoredo, razão pela qual os navegadores portugueses atribuíram o nome de "Madeira", à ilha.

Trata-se de uma floresta com características subtropicais, húmida, cuja origem remonta ao Terciário onde chegou a ocupar vastas extensões do Sul da Europa e da bacia do Mediterrâneo. As últimas glaciações levaram ao seu desaparecimento no continente europeu, sobrevivendo apenas nos arquipélagos atlânticos dos Açores, da Madeira e das Canárias.


A Laurissilva madeirense ocupa uma superfície de 15000 hectares (representando 20% do total da ilha), nas encostas viradas a Norte, revestindo de forma luxuriante as íngremes vertentes e os profundos e alcantilados vales do remoto interior, representando nos nossos dias a mais extensa e a melhor conservada Laurissilva das ilhas atlânticas.

 

 

A designação de Laurissilva da Madeira corresponde a 3 tipos de comunidades vegetais distintas: a Laurissilva do Barbusano, a Laurissilva do Til e a Laurissilva do Vinhático. Dada a sua riqueza em diversidade biológica, a Laurissilva do Til está incluída na área de Laurissilva da Madeira incluída na Lista do Património Natural Mundial da UNESCO e classificada como Reserva Biogenética do Conselho da Europa. Uma pequena área das florestas da Laurissilva do Barbusano e do Vinhático também estão incluídas na área de Património Mundial.

 

A Laurissilva da Madeira ascendeu à qualidade de Património Mundial Natural da UNESCO em Dezembro de 1999.

 

A Laurissilva da Madeira é um exemplar eminentemente representativo do processo ecológico e biológico em curso na evolução e desenvolvimento de ecossistemas e comunidades de plantas e animais terrestres, aquáticos, costeiros e marinhos. Abrange habitats naturais verdadeiramente representativos e de reconhecida importância para a conservação in situ da diversidade biológica, incluindo aqueles onde sobrevivem espécies ameaçadas de valor universal excepcional sob o ponto de vista da ciência ou da conservação.